O inquilino da cave

Que dias...

Arredado que estive das lides eletrónicas, cá volto para vos contar o reboliço que isto tem sido por aqui... Vamos por partes:

Dia 22 foi passado às compras, e ao fim da tarde... mais compras. Fui com o rapaz do cabelo à playmobil comprar coisas para a festa do vespaclube. Lá estivemos a preparar a dita, ainda deu para ir trincar qualquer coisa a um restaurante indiano lá perto, e depois veio a festa. Este ano, para "fugir" ao costume das vespas de natal, em que se fazia uma visita a um orfanato e se entregavam presentes aos miúdos, seguido de uma almoçarada (não que isso fosse mau, muito pelo contrário), resolvemos organizar uma quinta-feira mais natalícia, na qual incluímos uma tômbola para recolher donativos para uma instituição de solidariedade social. É certo que os convites foram ter com os sócios um pouco em cima da hora, mas a afluência foi claramente inferior ao esperado, e embora fôssemos poucos, o ambiente esteve 5*. Perto das 0:30h, já à rasca das pernas, tive de me ir sentar um bocado... depois de 15 minutos de descanso concluí que o melhor seria mesmo ir para casa, em vez de estar a sofrer... pôr a vespa a trabalhar foi um martírio... e ainda por cima além de estar todo roto, tinha combinado ir a casa da Raquel às 8 da matina... raios! Para encerrar a noite, depois de ter vindo ao 2º andar buscar a encomenda que era pra levar à Raquel e de me ter rebolado escada abaixo agarrado ao corrimão, esqueci-me da chave cá em cima... tive de voltar pra cima, mesmo a arrastar-me... Não sei porquê, sou propício a este tipo de frustração, normalmente é estar com pressa e ter de voltar 3x pra trás porque me esqueci de qq coisa... ainda assim, foi uma boa visão do que será quando fôr um velho de 60 anos...

Dia 23
...passada a noite numa agonia estranha tipo pesadelo que se estendia para os momentos em que eu acordava, às 7 da matina lá me arrastei para fora da cama, e fui no piloto automático até St. António dos Cavaleiros largar a encomenda à Raquel. O meu carro já há tempos que não devia fazer um consumo tão simpático, fui o caminho todo a dormir, e enquanto era passado por camiões naquela via rápida, ia pensando que caso houvesse interdição de conduzir por sono ou bloqueio mental, e eles tivessem como medir isso, eu estava feito ao bife...Bom... vejamos o lado positivo, sempre é menos escandaloso que ser apanhado com excesso de àlcool no sangue, e certamente mais inocente que aparecer cá uma cartinha do Sr. Radar com uma fotografia do meu carro a 200...O mais negativo é, como já adivinham, o meu constante bloqueio mental, eh eh... Bem, o que é certo é que mesmo nessa pacata condução, ainda antes das 9 da matina já estava em casa, embrulhado no sofá a dormir o que faltou na noite. Mais tarde, ou mais ao fim da tarde, seguiu-se a viagem rumo aos Valhascos para passar o natal. Curiosamente com pouco trânsito, devia ser por não irmos com o "designated driver" do costume, eu...

Dia 24 e 25
Bem, destes dois não há muito que se lhe diga, senão que o que numa família pequena possa haver de estranho, numa família em que são 8 irmãos, com respectivos/as conforme o caso, destes todos resultando um total de 12 netos haverá certamente uma amplificação dessa estranheza. Para ajudar, passou-me a engripadela, e fiquei com uma entripadela, ou uma destripadela... resultado, estes dois dias a olhar 2x para o prato, e a partir de dada altura só a torradinhas e chá... A tia São nomeou-me a ovelha negra, recusando-se a emprestar-me o A3 para ir à àgua, mas o que mais irritou não foi isso, foi ter dito publicamente, e passo a citar: "Se fosse ao teu irmão ou a qualquer um dos teus primos, emprestava. A ti, não...". É que até à minha irmã emprestava (verdade seja feita que ela se se aplicar até sabe conduzir, mas é muito aluada...). Ok, eu sei que a maioria de vocês concordaria com ela, mas a brincar... não era??? Raios... entendam ao menos que ela só vê o meu lado "sobrinho", portanto o desvario embora exista é comedido, e nada de alarvices mecânicas em frente aos "velhos", para não ouvir sermões. Portanto puro e simples desprezo, aposto que se houvesse um ranking de sobrinhos eu estaria tão no fundo que já seria fora... talvez ela tenha sido uma das vítimas daquela história que eu contava de ter sido adoptado, se alguns caíram, porque não ela? Enfim... sabem como sou, e o que é certo é que tanto nas situações mais propícias como nas mais descabidas lá saltava uma boquinha venenosa aqui do "moi", sempre no costumeiro tom de brincadeira, claro... Convém não fugir muito ao padrão da forma de dizermos as coisas, para que ninguém perceba quando sentimos mesmo aquilo que estamos a dizer. Digo a favor da mesma tia que dia 25 esta já se portou melhor, e além de me perguntar umas vezes se estava melhor, ainda me fez umas recomendações alimentares. Afinal tem vantagens ficar adoentado numa casa com tanta ligação ao mundo médico: Há sempre alguém para ajudar. Depois de jantar meti-me no carro com a minha irmã, o meu irmão e o Pedro. Tudo certo, não fosse vir numa certa tensão dada a minha condição digestiva, e aí a 60km de Lisboa a carrinha ter voltado a berrar o alternador. Novamente agradeci aos santinhos não estarmos num carro a gasolina, e estarmos num arcaico e puramente mecânico diesel senão ficávamos logo ali... Parámos em Aveiras e saltei eu para o volante. Resolução de emergência, para que a bateria durasse até Lisboa: Apenas os mínimos ligados e condução muito defensiva. Em caso de aumento de tráfego ligavam-se os médios, logo depois voltava-se aos mínimos. Deu para vir até casa, ainda não foi para a oficina... mas vai haver molho, porque aquele alternador tinha 2 meses, e não ultrapassava 2 ou 3 mil km desde que foi posto novo...

Ainda não vi a chave daquele A3... e mesmo que a tivesse visto tê-la-ia recusado, um gajo tem princípios, não é??? Quer dizer... não há direito!!!

Cheira-me que em 2006 este blog vai ter uma lista negra... Ai vai, vai! Vou finalmente retomar o velho costume da página que mantinha no 9º ano, já por algumas vezes senti a sua falta, como maneira de veicular ódios e apontar dedos não há melhor, acreditem!

Só podia ter sido o Ed às 14:05