16 agosto 2006

Dia 1: Lisboa - Tomar

A ideia desta viagem já nem sei bem como apareceu, mas o plano era mais ou menos este: Dois amigos a viajarem de vespa pelo país, o objectivo principal da viagem era descer as estradinhas à beira Douro, de uma ponta do país à outra. Irmos os dois na mesma vespa seria suicídio, até porque essa vespa seria a minha, e convenhamos que se no diabo nem a própria mãe confia, com a minha vespa passa-se mais ou menos o mesmo... Então resolvemos pedir ao pai dele a vespa emprestada. A história dessa vespa é gira, o pai dele comprou-a nova em 1977 e sempre a manteve. Há uns anos, estava eu a começar as minhas vespices, o homem resolveu restaurá-la, e felizmente não foi apenas um restauro daqueles de pôr bonito, algo que infelizmente tanto se vê por aí. A prova vinha ao de cima durante esta viagem, a vespa aguentou a viagem toda sem queixas de maior, apenas uma vela nova e uma pequena revisão ao carburador em S.Gião, coisas perfeitamente normais. (Ok, nada de pensarem que é normal ir-se a S.Gião fazer revisões ao carburador, soprar uns difusores é coisa que se faz em qualquer sítio ;) ) Ainda assim, esta vespa estava em numa aldeia perto de Tomar, pelo que o primeiro dia de viagem seria irmos os dois até lá para apanhar a 2ª vespa. Esta primeira etapa da viagem começou tarde, já passava bem das 18h quando arrancámos de Lisboa, os dois em cima da minha vespa, com as tralhas todas. Escusado será dizer que estive praticamente até essa hora na correria do costume, o motor tinha sido fechado e posto na vespa na noite anterior e eram precisas as afinações do costume, bem como a substituição de algumas peças na vespa propriamente dita. Isso foi-se fazendo durante o dia com valiosa assistência, enquanto se lavava roupa e despachava a mochila, etc etc. Mas o que importa é a viagem, e esta começou bem. Uma cena um bocado Brokeback Mountain, dois mânfios em cima de uma vespa carregada até aos olhos a viajar de Lisboa a Tomar. Para primeiros kms de rodagem não correu mal, a viagem foi feita no tempo do costume até ali, 2:30. Ok, eram quase 22h quando lá chegámos, mas foi feita uma paragem para jantar pelo caminho e até deu para umas fotos...

Depois de lá chegar, resolvemos ir até Tomar para encher os depósitos, já tinhamos feito aquela estrada à vinda para cima, com pedaços em terra batida, obras e muito pó. Já em Tomar, o Luís fica sem gasolina... nice! “bom, é meio a descer, eu dou-te um empurrão e segues assim...” imaginem dois malucos, cada um na sua vespa, e um a empurrar o outro pela cidade, porque a bomba não era logo ali na esquina... Lá se deu de beber às vespas, e pouco depois aos donos, num bar no centro (cidade bonita, vale a pena visitarem, ó incultos!), e à vinda para cima nessa dita estrada de pó aqui o Antunes, feito parvo, numa curva onde o Luís da outra vez tinha dito “cuidado com esta que ela começa larga e depois fecha...”, começa a fazer a curva, chega à parte onde fecha e faz uma passagem perfeita de 4ª pra 3ª à medida que fecha a curva, perfeito!!! Até aqui tudo bem, não fosse o imbecil, de certa forma orgulhoso por se ter lembrado da dita curva e por ter feito tudo bem até aí também se ter lembrado de olhar para trás, a ver como vinha o Luís. Tudo bem, ele também vem bem... até que olho para a frente e estou apontado para a berma... Só deu tempo de endireitar o volante e fazer força para cima, para não me virar logo ali. Um “salto” aí de meio metro e uma raspadela no barranco que ladeava a estrada. Depois do susto, lá arrastei a vespa de volta para a estrada enquanto fazia sinais a dizer que estava tudo bem. Chegada cá acima, empurra para a frente, para trás, para um lado e para o outro, parece estar tudo bem... lá fomos até casa dormir, e no dia seguinte fui ver os estragos... a jante da frente amolgada (a de trás também estaria de certeza, mas felizmente decidi pôr uma de alumínio e um pneu novo antes da viagem e ficou sem mazelas), uma raspadela no escape (grrrrrrrrrrrr!!! ERA UM ESCAPE NOVO!!!), no selector e no pedal de kick.




Pelos vistos não aprendi bem a lição, porque durante a viagem ainda repeti a graça umas vezes, embora todas com menos gravidade, apenas uns sustos e manobras de evasão para não ir arrancar couves, ou até mesmo algumas àrvores de fruto... mas sentia-me tentado a ir de olho no rapaz, que embora se safe bem não costuma andar de vespa no dia-a-dia, e outras vezes era por ir a tirar fotos em andamento...

Agora as picuinhices:

Trajecto: Lisboa – Alverca – V.F. Xira – Porto Alto – Benavente – Salvaterra de Magos - Almeirim – Alpiarça – Chamusca – Golegã – Serra – Tomar – Serra

Total de Kms: 210 Km

Cons. Médio: 3,5 L/100 Km

6 Comentários:

At 6:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu realmente não compreendo, tanta preocupação com quem vinha atrás porque não andava de vespa no dia a dia, mas no fundo tu que andas de vespa (não no dia a dia, mas nos dias em que a tua vespa anda, que tudo somado vai dar mais ou menos os dias que o teu amigo anda de vespa! :-P), é que precisavas de ter cuidadinho com a estrada. Já pareces eu!

Abraço

Pedro 42

 
At 2:39 da manhã, Anonymous Anónimo said...

E abrir os olhos? Se calhar era boa ideia...acabadinha de arranjar e tu lixas isso tudo...depois queixa-te que ela está sempre a dar problemas...se quiseres eu ensino-te a manter uma vespa...

 
At 1:20 da tarde, Blogger kanjas said...

E depois perguntas porque é que eu encolho os joelhos quando ando a pendura no meio do transito...

Qualquer dia sou eu a pedir uma rotula nova :\

 
At 4:10 da tarde, Blogger PE said...

Não podes ter a Vespa com um pouco de decencia aparente, tens logo que dar cabo de alguma coisa... Tristeza!!!

 
At 7:09 da tarde, Blogger Unknown said...

ah ganda tunes

 
At 7:09 da tarde, Blogger Unknown said...

ah ganda tunes!

ass. jony

 

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