28 abril 2006

A Apresentação (Parte II)

(...) Depois da piadola, foi difícil retomar a seriedade da apresentação. Ele era sinaizinhos a cortar o pescoço da malta que estava atrás do prof, malta a tirar macacos do nariz, um tipo esquizofrénico de óculos que repete shhhhhhhhhhhhhs para mandar calar aquelas pessoas que só ele vê, e que nos querem matar a todos, enfim... Eu lá acabei a minha apresentação, e passei a bola às minhas colegas... Uma só tinha o termo "válvula de bypass" na cabeça, e fazia questão de a incluir em cada frase que dizia. Outra, parecia uma locomotiva a falar, ou para estarmos mais dentro do assunto, talvez uma bomba hidráulica em excesso de carga... dá para ver que saímos (ok, eu pelo menos saí) de lá com uma nítida sensação de que falar para públicos não era coisa para nós.

Uns dias depois, e umas aulas depois, conseguimos perceber que nós tínhamos pouco à-vontade, mas felizmente há uns tipos que conseguem estar pior. Assim, fica mais uma vez provado que a desgraça alheia não nos adianta de nada, mas faz-nos sentir um nadinha menos mal com a nossa, eh eh... (isto foi pouco cristão para se dizer, não foi??)

21 abril 2006

A Apresentação (Parte I)

Pois é, um dia havia de acontecer. Odeio quando me obrigam a falar para públicos... Acontece que o prof de Sistemas Mecânicos, um tipo novo e de certa forma simpático (tirando ser professor, mas ninguém é perfeito...) achou por bem mandar-nos fazer um trabalho e um teste como método de avaliação contínua... até aqui tudo bem, não fosse o dito trabalho incluir uma apresentação! Pois bem, ontem havia aula e era suposto os grupos começarem a apresentar os respectivos trabalhos, e a nós tinha calhado um (provavelmente desinteressante para a maioria dos leitores) trabalho sobre filtros em sistemas hidráulicos, chamado Filtragem - Filtros e seu dimensionamento. Já tínhamos entregue o dito há uns tempos, e ontem, no início da aula, logo depois de nos informar que íamos ser o primeiro grupo a apresentar, o homem diz-nos que devíamos estar à vontade para a apresentação, porque o trabalho estava bom. Fiquei a pensar... bom, bom, bom, ou bonzinho? Bom, se calhar mais ou menos... ou mais ou menos bom! (já repararam como isto parece estranho escrito? É uma questão de entoação e a frase faz sentido)

Então lá se liga o computador e a porcaria do datashow... aquele rapaz que dá por nome de O Inquilino afina a voz e, perante uma turma expectante (que naquele instante, a semelhança entre eles e um bando de peluches de pele de bode a fitar-me com olhos esbugalhados era assustadora...), começa o discurso. Já se deve estar a adivinhar, não é?
Certamente vocês já me imaginam, a dizer com a voz imbecil do costume enquanto disparava nhecas em direcções aleatórias e fazia caras idiotas: "Boa tarde meuj chenhorej, cá istamos, num é? Poijé... então de maneiras que eu bim para aqui porque coijo, não é? E depois coijo, porque coijo e achim coijo". Mas não. Não foi isso. Também não vou dizer o que foi, mas não foi isso... ou pronto, eu até posso dizer, mas... acham mesmo que vale a pena? Pois é, eu sintetizo e ficamos todos contentes, que tal? Como já sabem - e se não sabem, recomendo que começem a ler o post de novo, porque perderam informações importantes, diria mais até as informações que levaram à escrita deste post logo de início... bom, adiante... - o nosso trabalho era sobre filtros, e o seu dimensionamento. Adivinhem lá do que a apresentação falava??? ERRADO! Bom, mais ou menos certo, falávamos de filtros, mas também falávamos de contaminantes, ou melhor, EU falava de contaminantes. A outra miúda cujo nome não vale a pena citar, cabia falar dos tipos de filtros e suas características, e a uma outra que eu até podia dizer o nome, mas por uma questão de justiça social não vou dizer, - ok, a verdade é que não apetece! - (eh eh, já estão a pensar "ena pá, que fartura, o gajo está num curso daqueles e calha-lhe fazer trabalhos só com miúdas..." nem vos conto... ele há azares na vida, e depois há isso... é que os homens são preguiçosos, mas as mulh.... bom, não estamos aqui para falar nisso!) cabia falar sobre o processo de selecção e dimensionamento do filtro, exemplificando... Lá começo eu, e digo-vos uma coisa... eu estava pouco treinado, e aquilo começa a ser cada vez mais difícil. As palavras não saem, não há uma frase coerente que se consiga dizer! É que dizer disparate é fácil (talvez do hábito, não sei...), mas falar a sério sem ler um papel ou disfarçando a dita leitura para uma mão cheia de pessoas é obra!!!
A meio, o professor lá resolve indagar-me sobre onde tínhamos ido buscar alguma informação, ao que eu respondi "bom, isso estava num manual de formação gentilmente cedido pela empresa que visitámos..." e ele diz "bem, bastava terem ido ver a sebenta de Tribologia, mas isso é uma cadeira que ainda vão ter" (ok, eu agora adivinho... pensei eu...). Lá continua a amigável troca de palavras, ao que eu me saio, com um ar sarcástico: "bem, de qualquer das formas, quem tivesse lido o nosso trabalho com um mínimo de atenção saberia a que manual me refiro, porque está na bibliografia!". (agora ouve-se um comentador a gritar "And the crowd goes wild!!!"), e bom, acho que até o professor se riu (ainda bem, já apanhei valentes cargas de porrada - mas assim bem aviadas- por menos...). (Continua)

20 abril 2006

A carnificina

Para uns, apenas um jogo de futebol... para outros, o suplício! Aqui fica o relato...

...Sentia-se o cheiro a sangue no ar quando saímos do carro, mas fomos ali com um plano traçado, e era para cumprir. Apressei-me a calçar os ténis, enquanto eles faziam tempo para a nossa vez.
O público juntava-se à volta do ringue e, entre alguns olhares apreensivos, outros que nos fitavam com um ar agressivo, cheio de ódio, de quem está ali apenas para ter prazer a ver os outros sofrer. Entre gritos e palavras de ordem ouviam-se algumas coisas menos boas, acho que ninguém se safava às bocas e provocações, desde "O Medina joga à menina", a "O Moleiro é paneleiro", acho que cheguei a ouvir "O Inquilino é um menino", para não falar no já habitual "Fuck You, Tunes!". Tudo bem, eu já estou habituado, mas é muita pressão.... A seguir ficam algumas linhas que consegui manter na cabeça, mesmo depois de agredido várias vezes durante o fatídico encontro (e não, não me refiro às linhas dos pontos na cabeça...):

20:05 - kickoff
20:15 - Pensavam que já estava todo roto a esta altura, não é? Mas não... fui esperto e resolvi ficar na baliza. Agora sim, comecei a jogar
20:25 - Pronto, não foi há bocado foi agora... a minha (fraca) resistência física surpreende qualquer um... BAH!

Pronto, a parte relevante foi até aqui... depois marquei um golo, andei mais um bocado a arrastar-me pelo campo fora, entre passes falhados, entradas à padeiro, boladas bem puxadas atrás por um senhor que vim a saber mais tarde que era carniceiro (ok, malta, obrigado pelo aviso, ainda que tardio...assim que saia da fisioterapia e volte a jogar, já sei que é para estar de pé atrás), mais boladas desse mesmo senhor, e - imagine-se, algum divertimento.

Parece que para a semana há mais, e ao contrário do que possa ter parecido, a minha integridade física foi assegurada! Alguém quer vir???

19 abril 2006

Faz bem à pele, dizem eles

Ontem a meio da tarde, uma alma iluminada a quem ia fazer um recado sugeriu que, para poupar tempo, me metesse num atalho de terra batida.
"De carro não dá para passar, mas de vespa vais na boa", disse ele. E lá fui. Entro no caminho e lembrei-me porque é que dizem que aqueles pneus que montei na vespa só são bons em alcatrão e em seco, porque quando chove mete medo. Pelos vistos não é só quando chove... terra batida é um ver-se-te-avias, e a vespa parecia uma KTM a cavar terra do caminho. De repente... uma poça de lama, mas uma coisa de todo o tamanho... lá passei, tudo bem... logo a seguir, uma ainda maior, e depois dessa ainda outra. A experiência de VespaTT não foi má, mas pouco recomendável... O resultado está à vista, e dizem que faz bem à pele!


Ah, Aceitam-se uns trocos para uma lavagem :D

03 abril 2006

Certamente já repararam que "O inquilino" anda sem grande actividade... como para tudo há uma boa justificação, então - mal ou bem - justificado estará. Obviamente podia vir para aqui atirar a culpa para cima do Pedro, como de costume, (e porque provavelmente será dele, mas não é para isso que aqui estamos...), dizer que a Maria me anda a chatear demasiado a cabeça para eu conseguir escrever o que quer que seja, ou dizer que simplesmente não me tem apetecido, mas isso seria admitir que a culpa não é do Pedro nem da Maria nem de ninguém a não ser minha, e... está-se a ver que isso nunca vai acontecer!

Como o leitor pode calcular, há muita novidade completamente desprovida de sentido (portanto, muito material para escrever posts), e a seu tempo surgirão... vamos ver se não sou apanhado por um grupo de indivíduos que se virá a saber mais tarde que eram moçambicanos e me dão uma coça e eu fico sem dedos para escrever...