30 agosto 2006

Dia 4: V.N.Foz Côa - Lamego

"...e mais uma volta, mais uma viagem" dizia o outro, e esta viagem era às voltinhas pelo cimo dos montes do Alto Douro Vinhateiro, em direcção a S.João da Pesqueira, e daí desce-se até ao Pinhão. Tinha feito esta estrada há uns anos, mas de carro, e ainda me lembrava do mau piso, e não é que levou um tapete novo?? Vá, pelo menos na maior parte do troço...
Esta estrada é bonita, tanto damos connosco rodeados de planícies e amendoeiras como sentimos vertigens ao chegar à beira da estrada e ver montes íngremes aos socalcos. Aqui começámos a ter uma ideia do que vai ser este ano, pelo menos no que toca a uva, castanha, maçã e em alguns casos pêra... os castanheiros estavam bem aviados, as videiras acabavam os preparativos para as vindimas, e as maçãs nem eram nada farinhentas! Depois vem a parte das curvas... aqui ainda não íamos enjoados, e o hábito começava a trazer o à-vontade necessário para fazer o mundial de superbikes parecer uma brincadeira de crianças...ok, nem tanto por aí, mas aquilo que inicialmente me parecia um pneu "bem lambido" foi completamente pelo Douro abaixo quando em Lamego olhei para o pneu. (eh eh, já viram que trocadilho engraçado?? em vez de água escrevi Douro... bom, o Douro é feito de água, não é?? ok, tá bem, já percebi que sou o único a rir-se destas piadas... mas vou continuar a escrevê-las, hein? tomem lá uma fotografia para se entreterem enquanto eu acabo de rir, esta mostra o dito contraste... a outra era com amendoeiras, esta é com socalcos... perceberam? tudo tem uma lógica...)
Bom... já estamos recompostinhos depois da paisagem bonita? Aos menos habituados a estas coisas, relembro que se carregarem na imagem podem vê-la em tamanho maior... mas vamos ao que interessa!
Depois do carrossel a descer, onde a estrada estreitou um bocado e se tornou ainda mais sinuosa, damos conosco numa estrada plana à beira-rio. Lamego era para a direita, em direcção à foz, mas o Pinhão era ali perto e resolvemos ir lá. Pergunto-me o que sustentará agora estas terras que viveram do vinho e cresceram exponencialmente com a chegada da Linha do Douro enquanto andávamos aquele pedaço, e de repente aparece uma fila de carros parados... como estamos de vespa, toca a passar-lhes ao lado, só na frente da fila é que percebemos a história: A ponte do Pinhão estava fechada para obras e a travessia do rio era feita de ferry. Uma maneira engraçada de atravessar o rio, embora quem vá de carro deva desesperar... um gajo de mota mete-se à má fila, eh eh. Do que conheço do Pinhão, a melhor coisa para ver é sem dúvida a beira rio, a zona está bem arranjada e muito agradável.


Depois foi hora de besuntar os braços com o factor 25 e voltar à estrada. Desta feita não me podem chamar maricas por andar com cremezinhos, o creme era para miúdos, por isso chamem-me antes infantil, eh eh... (eu já taba a ber que bocês tabam com ela fisgada para começar na palhaçada e comprei logo aquele com bonecada para calar as más-línguas!) Daí à Régua é um saltinho, sempre à beira rio. Enquanto andamos somos acompanhados pela linha do comboio que está na outra margem, e em alguns pontos quase parece que ele anda na àgua, de tão perto que vai. Ainda antes de chegar, deu direito a parar na barragem da Régua e ver um barco a subir na eclusa. Vá, se houver candidatos com parca cultura geral eu até posso fazer um post a explicar o que é uma eclusa, mas... pois, são duas pessoas a ler isto, uma sou eu e já sei, e a outra acho que está só a ver as imagens.

A Régua é grande, e perdoem-me se estou em erro, mas mais uma vez acho que pouco mais tem para ver além da marginal à beira-rio. Demos uma voltinha e começámos a subir para Lamego. Curvas, curvas e mais curvas, um traçado bestial a subir, pena o alcatrão estar um bocado partido (estalado, mas sem buracos), mesmo assim resolvi deixar para trás a GTR e começar a apertar um bocadinho com a minha vespa, a rodagem estava a acabar e convém ela ir ganhando o hábito, eh eh... em Lamego a primeira coisa que fizemos foi pôr gasolina, e em conversa simpática com o homem resolvemos perguntar onde é que se comia bem por ali. Claro que fica bem dizer que se come bem em qualquer tasco daquela terra, e não anda longe da verdade, mas fomos atrás da Sé, a um restaurante chamado... adivinhem... Atrás da Sé. Vá, fiz publicidade porque os tipos foram simpáticos e me puseram o telemóvel a carregar enquanto almoçávamos, mas a alheira era bem boa, e quando lá voltar peço cabrito...bem aviado! Lamego é uma cidade bonita... rapidamente me lembrei porque é que gostava daquela zona. Uma voltinha a vespar pelo centro e fomos para o pé do santuário dormir a sesta. De vespa, claro, não pensem que me ponho a subir aquela escadaria toda!Se fosse cristão diria que é pecado, bolas...

À noite demos uma volta a pé pelo centro, subimos até ao Castelo, encontrámos ruas e ruinhas que eu não conhecia, e como hoje não havia (tanto) álcool no sangue deu-nos a mariquice e resolvemos ir à procura de um quarto em qualquer lado. Pela volta passámos por um sítio que me lembrou amigos verdinhos, vegetarianos daqueles que não vêm proteínas vai para mais de uns anos:

(ainda me lembro de um professor de Matemática no 9º ano a dizer que Lamego era a terra do presunto... e eu que achava que professores era tudo vampiros que viviam em caixões e só saíam de lá para ir dar aulas... pelos vistos até conhecem o país, eh eh...)

Quanto ao quarto, ia a fazer contas a 20€, no máximo, com a ideia que há tempos em Leiria tinha pago 40 por um quarto duplo num hotel, e não é que a senhora se manda para 20€ cada? lá regateámos, e ficou a 15. Que se lixe, ao menos dormimos em camas e com uma casa-de-banho decente. Curioso é que quando fomos buscar as vespas e as tralhas depois de regatear o preço demos de caras com um vespista local. Estivemos numa simpática conversa com o senhor até que lhe dizemos que íamos dormir no sítio tal, ele diz que não é mau, e até conhece a senhora... até que ela vem à porta, cumprimenta o homem e pergunta se ele nos conhece. "então não?" diz ele, "isto são vespistas e é gente da boa". Faltou dizer que a meio da conversa resolveu ligar ao velho Camões para lhe dizer que apanhou ali dois vespistas de Lisboa. O Sr. Camões é um carismático vespista da margem sul que toda a gente conhece, ou toda a gente devia conhecer, eh eh! Bom, agora a parte com piada... não é que a senhora depois deste encontro imediato mudou da noite para o dia? Depois daquilo parecia nossa avó, preocupada conosco, a pôr-nos à vontade, deu-nos uma chave para o caso de chegarmos tarde se fôssemos dar uma volta pela cidade, enfim...

Amanhã, sabem o que há? Mais curvas, e mais Douro, até à foz. E agora, sabem o que vem? Picuinhices...

Trajecto: Foz Côa - Touça - Sebadelhe - Horta - S.João da Pesqueira - Pinhão - Peso da Régua - Lamego

Total de Kms: 135 Km

Cons. Médio: 3,4 L/100 Km

Nomes de terras com piada: Sebadelhe, Cedovim, Desejosas, Ervedosa do Douro, Folgosa e Cambres.
(ok, lido aqui não tem piada, mas não imaginam o que é ir a javardar com estes nomes dentro do capacete quando se passa pelas placas... até criei um personagem da Erbedoja do Douro, chamado Jojé Joaquim da Chilba, nascido numa vacaria vai para 47 anos, portanto em mil nobe cinquenta e nobe. Um dia publico a entrevista que me passou pela cabeça enquanto fazia aquela estrada...)

28 agosto 2006

Dia 3: S.Gião - V.N.Foz Côa

Embora ainda a dormir em camas, o acordar começa a custar mais com o passar dos dias e dos kms. A saída de S.Gião rondou as 10:30, logo com as estradinhas de curvas a subir e descer. O calor já se faz sentir, mas apesar disso não repetimos a façanha de viajar de bracinhos ao léu, e a partir daí viajaríamos de casaco, ou então com os braços meio esbranquiçados da carrada de protector solar. Este seria o troço mais simples da viagem, com estradas largas, bom piso, poucas curvas, e cenários em constante mudança. Da vegetação por vezes intensa da zona circundante da serra passámos para as planícies povoadas sobretudo por granito, e quando parámos em Linhares da Beira isso já era notório. Nesta terrinha medieval deu para cirandar pelo castelo e pelas ruas, embora pouco mais haja para ver além do castelo e da vista. Pronto, há a malta do parapente, mas nós de vespa voamos mais baixo...

Pouco depois de parar para comprar uns comes em Celorico da Beira resolvemos fazer um pic-nic para o almoço. Na estrada surgiram placas para uma necrópole e outros pontos de interesse de tempos idos, e resolvemos passar por lá, quem sabe almoçar por aí. Depois de muito procurar e até pedir indicações a um velhote que ouvia mal como o raio eu acabei por desistir, e almoçámos sentados nas mesas do recreio de uma escola primária, mas não era um recreio qualquer. Tinha uma vista que nem vos conto, ali até eu gostava de ir à escola ;) Quanto à necrópole, foi pena, mas de qualquer das formas os tipos já estavam mortos...
O resto da viagem foi rápido, estradas sempre a direito, tudo plano, um bocado àrido, até... eu ia com ganas de me atirar para a primeira praia fluvial que encontrasse, mas isso acabou por só acontecer no Pocinho, depois de passarmos por Foz Côa, até lá todas as placas que encontrámos faziam referência a piscinas que havia nas aldeias, a pagar, e cheias de emigrantada nas suas vacanças, com a música que se adivinha.
Um bocado exaustos, e já depois do banho no Douro, foi hora de deitar abaixo umas imperiais ao balcão de uma tasca e de ir rebolar para um relvado até à hora de jantar. A malta daquela terra era um bocado estranha, depois de uns episódios ao jantar e de uma traumatizante noite a ouvir uma banda espanhola a cantar nas festas do concelho (sim, banda espanhola.Valia a pena pelas miúdas a abanar o rabo, mas acho que isso era para outros contextos...), veio a hora de, já bem aviados, irmos montar a tenda num parque de merendas (ou assim o parecia) lá para o fundo da terra. A bem da verdade, para o estado em que estávamos, foi uma sorte não termos montado a tenda dentro de um cemitério... eu costumo ter sorte para escolher os sítios onde acampo. (NOT!) Desta feita até foi bom, já viram a sombrinha janota?? Ao pequeno almoço, mais um episódio do Enterior Desquecido em plena pastelaria, mas ia parecer mania da perseguição contar-vos mais uma história destas, não ia? Em último caso, se passarem pelo mesmo, tenham em mente que aquela malta já deve ter sangue espanhol (pronto, esta foi a boca não-diplomática do dia, ok?).

Agora as picuinhices:

Trajecto: S.Gião - Seia - Linhares da Beira - Celorico da Beira - Foz Côa

Total de Kms: 180 Km

Cons. Médio: 3,6 L/100 Km

Resolvi incluir mais uma rubrica aqui nas picuinhices:
Nomes de terras com piada: Sobral Pichorro, Rabaçal, Minhocal, Bogalhal e Ranhados


20 agosto 2006

Dia 2: Tomar - S.Gião

Hoje íamos seguir cada um na sua vespa, e se por um lado a GTR vermelha com o seu desenho clássico e côr chamativa seduzia olhares de quem passava, andar numa e noutra dava para ver a evolução das coisas, a PX levava clara vantagem dinâmica nos travões, suspensão e motor. Dei uma vista de olhos na pressão dos pneus e estive a ver bem a amolgadela na minha jante da frente (diga-se de passagem que ainda anda assim, a ver se ponho uma nova um dia destes...). Depois de carregadas as vespas lá nos pusemos a andar, primeiro em direcção a Ferreira do Zêzere, depois rumámos à Sertã, a terra mais mal sinalizada da viagem onde, nos vimos obrigados a parar duas ou três vezes a perguntar o caminho para conseguir sair de lá na direcção desejada. Vimos um sinal engraçado, sobretudo numa interpretação intencionalmente desviante...
Ya, mas nos dias úteis passem aqui na bisga. Afinal de contas, se é útil para umas coisas também pode ser útil para controlar a sobrepopulação e resolver as questões de planeamento familiar mal sucedido por parte dos Sertanenses... ou Sertaneiros, ou Sertamentes, ou Sertões, ou Sertalhos ou Serteiros, mas aí seria homófono com Certeiros, e certeiros não convém que sejam, sobretudo com sinais destes espalhados pela terra... desse por onde desse, eu se fosse puto só saía de casa aos domingos e feriados, era certinho...

Adiante mas é com a viagem, que isto de andar aqui a ler parvoíce é coisa a que o público-alvo deste blog não está certamente habituado, eh eh! Hoje começou o caminho por estradas de montanha. Paisagens bestiais e curvas deliciosas no sobe-e-desce das montanhas, sempre com bom piso e trânsito, por longos momentos parecia que a única coisa que havia nas estradas do país eram aquelas duas vespas, não se via ninguém! Claro que com isto vem o empenho e, mesmo sem darmos por isso ou sem nos esforçarmos para isso, pouco depois estamos a curvar armados em Valentino Rossi, acho que não houve nenhum bocadinho de pneu que não fosse aproveitado...
Cerca das 14:30 chegámos a S.Gião, sempre a tempo para um banho de rio e recuperar do "choque", mesmo para quem anda de vespa todos os dias acaba por ser cansativo fazer uma viagem longa, imagino o que sofreram os vespistas que rumaram a Turim para o EuroVespa deste ano... Foi em S.Gião que mudei a vela à GTR e dei uma limpeza no carburador, as melhorias foram notórias no dia seguinte. Aproveitámos para nos colar aos meus pais, que estavam por lá com a mãe do Pedro (sim, afinal de contas há outra pessoa para culpar! Quando já parecer exagero culpar o filho, culpe-se a mãe por o ter tido, eh eh). Depois de jantar no restaurante resolvemos mandá-los à frente e ir a Oliveira do Hospital tomar um copo. Eu bem digo que aquela terra não tem vida nocturna, e qual não é o nosso espanto quando, depois de estacionarmos as vespas, lá vemos a terceira idade também a aproximar-se daquela esplanada. Devia ser das poucas, senão a única coisa aberta... e que remédio tivemos nós além de ficar ali a tomar conta dos velhos mais um bocado.

Mais picuinhices? Aqui vão!

Trajecto: Serra - F.Zêzere - Sertã - Oleiros - Pampilhosa da Serra - Góis - Arganil - Côja - Ponte das Três Entradas - S.Gião.

Total de Kms: 215 Km

Cons. Médio: 3,2 L/100 Km

16 agosto 2006

Dia 1: Lisboa - Tomar

A ideia desta viagem já nem sei bem como apareceu, mas o plano era mais ou menos este: Dois amigos a viajarem de vespa pelo país, o objectivo principal da viagem era descer as estradinhas à beira Douro, de uma ponta do país à outra. Irmos os dois na mesma vespa seria suicídio, até porque essa vespa seria a minha, e convenhamos que se no diabo nem a própria mãe confia, com a minha vespa passa-se mais ou menos o mesmo... Então resolvemos pedir ao pai dele a vespa emprestada. A história dessa vespa é gira, o pai dele comprou-a nova em 1977 e sempre a manteve. Há uns anos, estava eu a começar as minhas vespices, o homem resolveu restaurá-la, e felizmente não foi apenas um restauro daqueles de pôr bonito, algo que infelizmente tanto se vê por aí. A prova vinha ao de cima durante esta viagem, a vespa aguentou a viagem toda sem queixas de maior, apenas uma vela nova e uma pequena revisão ao carburador em S.Gião, coisas perfeitamente normais. (Ok, nada de pensarem que é normal ir-se a S.Gião fazer revisões ao carburador, soprar uns difusores é coisa que se faz em qualquer sítio ;) ) Ainda assim, esta vespa estava em numa aldeia perto de Tomar, pelo que o primeiro dia de viagem seria irmos os dois até lá para apanhar a 2ª vespa. Esta primeira etapa da viagem começou tarde, já passava bem das 18h quando arrancámos de Lisboa, os dois em cima da minha vespa, com as tralhas todas. Escusado será dizer que estive praticamente até essa hora na correria do costume, o motor tinha sido fechado e posto na vespa na noite anterior e eram precisas as afinações do costume, bem como a substituição de algumas peças na vespa propriamente dita. Isso foi-se fazendo durante o dia com valiosa assistência, enquanto se lavava roupa e despachava a mochila, etc etc. Mas o que importa é a viagem, e esta começou bem. Uma cena um bocado Brokeback Mountain, dois mânfios em cima de uma vespa carregada até aos olhos a viajar de Lisboa a Tomar. Para primeiros kms de rodagem não correu mal, a viagem foi feita no tempo do costume até ali, 2:30. Ok, eram quase 22h quando lá chegámos, mas foi feita uma paragem para jantar pelo caminho e até deu para umas fotos...

Depois de lá chegar, resolvemos ir até Tomar para encher os depósitos, já tinhamos feito aquela estrada à vinda para cima, com pedaços em terra batida, obras e muito pó. Já em Tomar, o Luís fica sem gasolina... nice! “bom, é meio a descer, eu dou-te um empurrão e segues assim...” imaginem dois malucos, cada um na sua vespa, e um a empurrar o outro pela cidade, porque a bomba não era logo ali na esquina... Lá se deu de beber às vespas, e pouco depois aos donos, num bar no centro (cidade bonita, vale a pena visitarem, ó incultos!), e à vinda para cima nessa dita estrada de pó aqui o Antunes, feito parvo, numa curva onde o Luís da outra vez tinha dito “cuidado com esta que ela começa larga e depois fecha...”, começa a fazer a curva, chega à parte onde fecha e faz uma passagem perfeita de 4ª pra 3ª à medida que fecha a curva, perfeito!!! Até aqui tudo bem, não fosse o imbecil, de certa forma orgulhoso por se ter lembrado da dita curva e por ter feito tudo bem até aí também se ter lembrado de olhar para trás, a ver como vinha o Luís. Tudo bem, ele também vem bem... até que olho para a frente e estou apontado para a berma... Só deu tempo de endireitar o volante e fazer força para cima, para não me virar logo ali. Um “salto” aí de meio metro e uma raspadela no barranco que ladeava a estrada. Depois do susto, lá arrastei a vespa de volta para a estrada enquanto fazia sinais a dizer que estava tudo bem. Chegada cá acima, empurra para a frente, para trás, para um lado e para o outro, parece estar tudo bem... lá fomos até casa dormir, e no dia seguinte fui ver os estragos... a jante da frente amolgada (a de trás também estaria de certeza, mas felizmente decidi pôr uma de alumínio e um pneu novo antes da viagem e ficou sem mazelas), uma raspadela no escape (grrrrrrrrrrrr!!! ERA UM ESCAPE NOVO!!!), no selector e no pedal de kick.




Pelos vistos não aprendi bem a lição, porque durante a viagem ainda repeti a graça umas vezes, embora todas com menos gravidade, apenas uns sustos e manobras de evasão para não ir arrancar couves, ou até mesmo algumas àrvores de fruto... mas sentia-me tentado a ir de olho no rapaz, que embora se safe bem não costuma andar de vespa no dia-a-dia, e outras vezes era por ir a tirar fotos em andamento...

Agora as picuinhices:

Trajecto: Lisboa – Alverca – V.F. Xira – Porto Alto – Benavente – Salvaterra de Magos - Almeirim – Alpiarça – Chamusca – Golegã – Serra – Tomar – Serra

Total de Kms: 210 Km

Cons. Médio: 3,5 L/100 Km

14 agosto 2006

A viagem - preparativos

Antes da viagem foi a hercúlea tarefa de abrir e fechar o motor da minha vespa.

Ficou como novo, obviamente não pelo meu afamado talento mecânico, mas pelo trabalho de amigos que, esses sim, percebem da coisa! Por ordem de quantidade de trabalho, digo que consegui escravizar O Patrão (repararam nas maiúsculas??? um gajo deve sempre dar graxa...), um piloto de competição, o xôr Costa, um tipo- que- tem- a-consciência-do-tamanho-de-um-hipopótamo, um xenhor que ujaba brinco majagora já não uja, um playmobil, um pinipon, um vizinho meio bêbado, e a mim próprio. (ok, estou a ser tendencioso na ordem, eu devia estar depois do ponto final, eh eh...). Nunca é demais agradecer a estes amigos que gastaram tempo livre e paciência para me ajudar e ensinar umas coisas sobre vespas, mas agradecimentos lamechas não se coadunam com as linhas criativas deste blog, mas o extenso público que lê este blog, umas 5 ou 6 pessoas, tratará de lhes agradecer devidamente por me darem um motivo de escrita, algo que já não havia há uns dois meses...

Esta viagem ultra-educativa, saudável e livre de estupefacientes foi patrocinada pelo subsídio de férias chulado a custo aos velhos do 2ºE, por umas marcas de cerveja e, mais importante ainda (passo a publicidade):

o gajo está vivo!!!

Sim, eu sei, é uma vergonha não escrever nada aqui há mais de dois meses... Podia arranjar desculpas de falta de tempo, dizer que fui apanhado por uma rede de espionagem internacional e torturado horas... horas não, dias a fio! Podia esconder-me atrás de férias, falta de tempo, outra coisa, ou podia dizer que foi só para ver quem era realmente fiel a este blog e vinha cá regularmente para ver se havia novidades... só a esses três gatos pingados deveria satisfações, e sendo que o público antes era de aí de 5 pessoas, estas certamente voltarão para ler o que tenho para contar, e é muito!

Nesta última semana estive a passear de vespa pelo norte do país, tenho histórias, fotos, piadas arranjadas à má fila durante as conversas esquizofrénicas que se tem quando se passa horas com a cabeça enfiada dentro de um capacete, pequenos bocadinhos da viagem que mostrou que o país mesmo sendo pequeno consegue ser tão variado nas gentes, nos lugares e nas paisagens... Estive a matutar sobre como iria escrever, e acho que vou inovar e pôr-me a dar com os dedos nas teclas... (vá, já estou à espera da piadinha do "pronto, a ver se desta vez ele não escreve com os pés, como é costume!")

Então até já, isto não vai tudo no mesmo dia, mas as novelas até sabem melhor ficando de um dia para o outro, não é???